Lamarca: vilão ou herói?
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O debate em torno da figura de Carlos
Lamarca é representativo das posições políticas assumidas frente ao
acirramento dos conflitos sociais pelos quais passaram o Brasil entre o final
da década de 1950 até o início do século XXI. Para algumas correntes políticas,
Lamarca foi um herói que lutou pela restauração da democracia no Brasil; para
outros, um traidor do exército brasileiro e vilão responsável por algumas
mortes durante a luta contra o regime.
Aqui em Ipupiara é considerado um herói, onde no
dia 17 de setembro é feriado municipal, e foi construída uma praça na
comunidade de pintada com a estatua do capitão Carlos lamarca
Para além de criar heróis ou vilões, cumpre à
historiografia apresentar os fatos da vida dos personagens históricos e
inseri-los nos contextos sociais nos quais atuaram. No caso de Carlos Lamarca,
o contexto de sua atuação foi a ditadura civil-militar ocorrida no Brasil entre
1964 e 1985, em que uma variedade de grupos políticos resolveram adotar a
estratégia da luta armada para enfrentar a ditadura.
Filho de pai sapateiro e mãe dona de casa,
Lamarca nasceu no Rio de Janeiro em 1937, adentrando na Escola Preparatória de
Cadetes de Porto Alegre em 1955. Participou das Forças de Paz da ONU, servindo
no Batalhão Suez, na região de Gaza, Palestina, em 1962. Essa experiência
marcou sua vida, pois segundo seus biógrafos, foi no Oriente Médio que as
questões decorrentes da injustiça social sensibilizaram o jovem oficial. Quando
eclodiu o golpe em 1964, Lamarca servia à 6ª Companhia de Polícia do Exército,
em Porto Alegre. Em 1965, pediu transferência para Osasco, após facilitar a
fuga de um brizolista que estava sob sua responsabilidade. Em 1967, foi promovido
a capitão do exército, sendo que em 1969 organizou a ação para sua deserção do
exército, que constaria do assalto de armamentos do quartel de Quitaúna.
Descoberto antes da ação, Lamarca conseguiu obter apenas alguns fuzis e
submetralhadoras, que utilizou na formação da Vanguarda Popular Revolucionária
(VAR).
Foi na VAR que Lamarca e seus companheiros
passaram a realizar ações contra o regime civil-militar, que constou no
sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, em 1970, além de vários assaltos
a bancos para financiar as ações do grupo armado e de ações características de
guerrilha rural no Vale do Ribeira, no litoral sul do estado de São Paulo. Os
assaltos a bancos e as ações da guerrilha resultaram em mortes de policiais e
membros do exército que os perseguiam.
Nesse sentido, o fato que ganhou maior
notoriedade foi a execução do tenente da polícia militar de São Paulo, Alberto
Mendes Júnior, de 22 anos, que compunha uma força de segurança que os cercou
nas matas paulistas. O tenente se rendeu em troca de companheiros feridos, que
estavam aprisionados pelos guerrilheiros. Entretanto, dois membros do VAR
sumiram durante os deslocamentos pela mata, surgindo a suspeita que haviam sido
mortos pelas forças policiais. Frente a essa situação, Lamarca e os demais
guerrilheiros decidiram formar um “tribunal revolucionário”, que julgou o jovem
tenente responsável pelas mortes, decretando seu fuzilamento. Apesar da
sentença, os guerrilheiros decidiram executá-lo com golpes na cabeça, com a
coronha de um fuzil, para evitar o barulho dos tiros. A brutalidade da morte,
posteriormente descoberta, serviu para intensificar a campanha contra Lamarca e
os guerrilheiros em geral.
Em breve irei visitar este monumento ao nosso capitão do Exército Brasileiro , ELE SIM ! LAMARCA, lutou e deu a própria vida contra a ditadura militar ( 1964★1984) e a política dos Estados Unidos de intervenção e lamber suas botas , bem como, " Osvaldão, Prestes, Mariguella em, Che Guevara e milhares de pessoas.
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