Lula tenta conter danos políticos após operação no Rio e vê risco à reeleição

 Presidente, que evitou agir contra facções e resistiu a enviar apoio federal, agora enfrenta desgaste após sucesso de Cláudio Castro em megaoperação


O presidente Lula da Silva (PT) vive um dos momentos mais delicados de seu governo desde o início do mandato. Após a megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de cento e vinte criminosos mortos e dezenas de prisões, o Palácio do Planalto tenta conter a repercussão negativa e evitar o desgaste político que ameaça o projeto de reeleição em 2026.

Fontes próximas ao governo admitem que Lula foi surpreendido pela dimensão da ação liderada pelo governador Cláudio Castro (PL), executada sem apoio federal, sem blindados e sem uso de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O presidente, que vinha evitando embates com governadores e resistia a ações mais duras contra facções criminosas, foi pego de surpresa pela reação positiva da opinião pública diante da ofensiva fluminense.

De Brasília a Washington, um reves inesperado

Um dia antes da operação, Lula deixava os Estados Unidos após um encontro com Donald Trump, apostando em uma agenda internacional de pacificação e convicção de que sua reeleição estava politicamente consolidada. Mas, ainda no exterior, o noticiário foi tomado pela escalada da violência no Rio de Janeiro, e o governo federal reagiu com silêncio e cautela.

Nos bastidores, o Planalto tenta se distanciar da crise. Ministros receberam ordem direta de Lula para evitar críticas a Castro, mesmo após a morte de mais de cem suspeitos ligados a facções. O discurso oficial se limita a defender o combate ao crime organizado, mas sem apoio direto às forças estaduais.

Castro lidera e desafia o Planalto

Enquanto o governo federal hesitava, Claudio Castro ganhou protagonismo nacional. A operaçao, considerada uma das mais bem-sucedidas da história recente da segurança pública, foi planejada sem participação de órgãos federais e exaltada por governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que se reuniram no Palácio Guanabara para criar o "Consórcio da Paz" - uma aliança estadual de cooperação policial e troca de informações.

Durante o encontro, Castro fez criticas diretas ao governo Lula, acusando o Planalto de tentar retirar a autonomia dos estados com decretos e com a PEC da Seguranca, proposta pelo Executivo. "Nao da para tratar o igual ao Rio de Janeiro. A autonomia dos estados é inegociável", afirmou o governador.

Governadores endurecem o tom

Alem de Castro, participaram do encontro Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (Uniao-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS), e a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou por vídeo, manifestando apoio à iniciativa.

Os líderes estaduais acusaram o governo Lula de omissao e centralizacão, especialmente no controle de fronteiras na transferencia de recursos para as policias. Caiado classificou a PEC da Seguranca como uma tentativa de "toma dos governadores as diretrizes da segurança pública".

Para Jorginho Mello, a criação do consórcio simboliza a reação dos estados à ausência de Brasília. "Vamos compartilhar inteligência, efetivo e recursos. O que o governo não faz, nós faremos", disse.

Planalto em silêncio

No Planalto, o clima e de apreensao. Lula mantem-se em silencio calculado, limitando-se a postagens nas redes sociais em que condena o crime organizado e pede "moderação" nas ações policiais. A postura tem irritado aliados, que consideram a omissao presidencial um erro político grave diante do clamor popular por respostas firmes.

Analistas próximos ao governo admitem que o episódio fragiliza a imagem de Lula e fortalece o campo conservado que passa a associar o presidente à falta de pulso na segurança pública. A operação de Castro, por outro lado, elevou o governador fluminense a um novo patamar político, abrindo caminho para projeções nacionais.

Reeleição em risco

A preocupação agora é clara: a violência no Rio de Janeiro rompeu a narrativa de estabilidade que Lula tentava construir após o encontro com Trump. O Planalto teme que a crise se torne um divisor de águas na avaliação do governo e que a ascensão de nomes ligados à segurança pública - como Castro e Zema - comprometa os planos de reeleição do petista.

Enquanto o país discute o sucesso da operação e o papel do Estado no combate ao crime, Lula assiste de longe à perda de protagonismo em uma das áreas mais sensíveis para qualquer governo: a segurança pública.


Fonte: Acesse Política

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