Em alta, o acesso à carne se torna cada vez mais difícil para famílias de baixa renda.
O preço das carnes registrou uma alta de 5,81% em outubro, comparado ao mês anterior, marcando o maior aumento em quatro anos e superando a média da inflação anual, que foi de 4,76%. As projeções indicam que o churrasco, uma tradição para muitos brasileiros, ficará ainda mais caro, especialmente no fim do ano.
Para o último trimestre de 2024, espera-se um aumento de pelo menos 7,9% nos preços da carne, o maior valor para o período desde 2020. Esse crescimento reflete o aumento no custo do gado, o maior em três décadas, o que impõe desafios para frigoríficos e preocupa o mercado de carne bovina. Um dos principais fatores por trás desse aumento é a elevação de 33% no preço do boi gordo nas fazendas nos últimos dois meses. Essa alta ocorre em meio a uma seca intensa, que tem afetado as pastagens e reduzido a disponibilidade de animais para abate.
A carne bovina, sendo uma fonte essencial de proteína para a população brasileira, tende a impactar também o preço de outras proteínas, como a suína e a de frango. Além disso, o cenário se agrava com o aumento das exportações brasileiras de carne bovina, especialmente para os EUA, impulsionadas pela desvalorização do real. Essa situação acirra a competição entre o mercado externo e o consumo interno, o que intensifica os desafios do Banco Central para conter a inflação, que recentemente elevou a taxa Selic para 11,25%.
Previsão de preços ainda mais altos em 2025
Para o próximo ano, analistas preveem uma inflação de alimentos em torno de 7,4%, com o câmbio chegando a R$ 5,86, e uma oferta reduzida de alguns produtos. No caso das carnes, a alta pode alcançar 16,1% em 2025, o maior aumento desde 2020, quando houve uma elevação de 17,97%. A carne bovina pode ter uma alta de até 16,8%, enquanto as carnes suína e de frango devem subir até 13% e 11%, respectivamente.
Caso essas previsões se confirmem, a inflação dos alimentos deverá ultrapassar a inflação geral projetada para 2025, que está estimada em cerca de 4%.
com informações da Revista Exame