Ascir Leite, um líder para além do seu tempo

O resultado das eleições deste ano, no Município de Ipupiara, expõe a postura política de uma comunidade democrática, livre e soberana. O comportamento eleitoral notado nas escolhas dos representantes do Poder Executivo, nas três esferas de governo, demonstra este perfil.
Visitamos o banco de dados do TSE – Tribunal Superior Eleitoral e anotamos os quantitativos depositados nas urnas de 2016, 2018, 2020 e 2022, quando os eleitores do município foram às seções eleitorais escolherem suas preferências para prefeito, governador e Presidente da República.
Em 2016, o empresário do ramo de móveis e eletrodomésticos, Ascir Leite (PP), foi o escolhido na disputa com a enfermeira Elizangela Rosa da Silva Viera. Ele obteve 3.676 (56%) dos votos válidos, enquanto a sua opositora somou 2.869 (44%).
Embora bem avaliado, liderando um grupo que dirige os destinos do município desde as eleições municipais de 2.000, quando foi eleito pela primeira vez prefeito do município, os candidatos a governador e presidente, escolhidos por Ascir Leite nem sempre foram os preferidos pelo povo de Ipupiara, a exemplo do ocorrido nas eleições de 2018. Embora Jair Bolsonaro (PL) tenha sido o eleito para Presidente da República, no município ele perdeu para Fernando Haddad (PT). No cenário estadual, o candidato de Ascir foi Zé Ronaldo, adversário do petista Rui Costa, que fora eleito naquela ocasião.
Naquele ano, no município, o candidato petista, na disputa presidencial, conseguiu 4.059 (73%) e Bolsonaro apenas 1.511 (27%). Para governador do Estado da Bahia, Rui Costa levou a melhor, obtendo 3.676 votos (72%), contra 1.362 (38%) atribuídos a Zé Ronaldo.
Nas eleições seguintes, em 2020, o prefeito Ascir Leite foi reeleito com uma margem de votos superior à de 2016. Desta vez ele disputou com o empresário do ramo de medicamentos, Armirandy Salomão (PSD). Ascir foi o preferido para 4.150 eleitores (61%) em detrimento do seu oponente, que foi o escolhido de 2.645 votantes, (39%).
Nas eleições deste ano, as escolhas da maioria dos eleitores ipupiarenses para governador e Presidente da República, mais uma vez não seguiram as mesmas correntes definidas pelo prefeito, que optou novamente por Jair Bolsonaro para presidente e ACM Neto para o governo baiano.
O eleitorado, em sua maioria, mais uma vez, optou pelo candidato do PT. Lula, eleito em segundo turno, foi o preferido de 4.513 eleitores ipupiarenses (69%) e Bolsonaro foi a escolha de 2.067 (31%) dos cidadãos e cidadãs do município.
Na disputa estadual, o candidato petista, Jerônimo Rodrigues foi o escolhido pela maioria da população, conseguindo somar 3.777 votos (57%) e ACM Neto 2.835 (43%).
Entre uma disputa e outra, os dados demonstram crescimento político do prefeito Ascir Leite. Reeleito com margem crescente de votos em 2020, ele conseguiu reduzir a distância, em termos percentuais, das diferenças entre os projetos de esquerda e de direita, que ele prefere representar. Se em 2018 o PT obteve 73% dos votos, em 2022 este percentual caiu para 69%. Para governador, na eleição anterior o PT somou 72%, e agora 57%.
ASCIR LEITE, LÍDER QUE SE CONSOLIDA A CADA ELEIÇÃO
Nos anos finais da década de 90, os habitantes do município de Ipupiara viviam momentos de abandono e profundo sofrimento. Os serviços de saúde eram precários, tendo os moradores que recorrer a serviços de cidades distantes, como Ibotirama, Barreiras, Seabra, Irecê, Feira de Santana e Salvador. A unidade hospitalar/maternidade, teve suas obras abandonadas, se tornando escombros tomados pelo mato, lixo e bichos peçonhentos.
O nível de escolaridade se encontrava distante da evolução necessária para a boa formação dos jovens, que precisavam se capacitar para a vida e o mercado de trabalho. A segurança pública era caótica, as estradas vicinais eram praticamente inexistentes e havia total descrédito na administração pública, em razão dos comprovados atos de corrupção existentes e falta de pagamento de servidores e fornecedores.
O cenário desafiou o jovem Ascir Leite, aos 31 anos, que resolveu ingressar na política, como alternativa para superar as dificuldades vividas pelas populações da sede, da Vila e as demais comunidades do município. Foi no ano 2.000 que ele disputou a sua primeira eleição, sendo eleito, mesmo enfrentando a estrutura do poder local, do estado e da presidência da República à época. Foi eleito com mais de 600 votos, uma façanha para aquele período.
De imediato ele revolucionou nos serviços de saúde, educação e qualidade da gestão pública, resgatando a credibilidade do município e se revelando como uma das mais jovens e promissoras lideranças do interior do estado.
Concluiu as obras do Hospital Maternidade e implantou importantes serviços, evitando que os pacientes tivessem que viajar para cidades distantes, buscando auxílio à saúde. Promoveu a formação continuada dos professores, requalificou as escolas, o município passou a pagar em dias os compromissos com servidores e fornecedores, acabou com a violência e assaltos a bancos e implementou o ensino universitário ao alcance da população local, sendo, atualmente, o município que mais promove a formação universitária no interior do Estado e realizou diversas obras estruturantes na sede, na Vila e comunidades rurais, como unidades de saúde, quadras poliesportivas, praças, estradas, pavimentações de vias públicas, ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de energia.
Com o sucesso da gestão, Ascir foi reeleito em 2004 e elegeu o seu sucessor, o então tesoureiro David Ribeiro, em 2008 e o ajudou na reeleição, em 2012, período em que Ascir conheceu um dos mais ardis atos de traição. Todos os princípios estabelecidos nas suas gestões como austeridade, eficiência, honestidade e obras importantes pararam de acontecer. O município voltou ao cenário de total descrédito.
Com as eleições de 2016, a maioria das famílias de Ipupiara resolveu convocar Ascir Leite, novamente, para retornar ao cargo de prefeito. Foi eleito com 3.676 votos, 807 de frente, a maior votação que um prefeito já teve em Ipupiara. Mais uma vez coube a ele a missão de resgatar e modernizar os serviços de saúde, inovar na área de educação, agir junto ao estado para redução da violência que havia retornado com força, como assaltos a bancos, arrombamentos comerciais e residenciais e atentados contra a vida dos cidadãos do município.
Ipupiara voltou a ter serviços de saúde e educação de qualidade e segurança, os pagamentos da prefeitura voltaram a ser regularizados e até mesmo antecipados, restabelecendo a credibilidade do município e do povo.
Em 2020, Ascir é reeleito, mais uma vez, com a maior expressão de votos, dada a um candidato, fruto do reconhecimento do trabalho que desenvolve junto à sua equipe de governo e aliados políticos.
Em 2022, fiel aos fundamentos da corrente de direita, ele definiu o seu apoio a Jair Bolsonaro para Presidente e ACM Neto para governador da Bahia. Sob a sua liderança, ele diminuiu a distância da diferença de votos entre Lula, PT e Bolsonaro e entre os grupos liderados por Rui Costa e ACM Neto.
É nesta ascendência que fica demonstrada a força política do prefeito de Ipupiara, mesmo depois de 22 anos e em situações adversas. Pela sua capacidade e habilidade política, sempre conseguiu fazer o melhor para a sua comunidade.
Questionado sobre o futuro, tendo em vista as eleições de 2024, ele é taxativo em responder que o povo de Ipupiara é livre para escolher o melhor caminho e que vai continuar trabalhando com responsabilidade e coerência, na defesa da honra, do trabalho, da credibilidade e dos serviços e obras de interesse do povo.
“Não fui escolhido pelo povo de Ipupiara para projetar eleições. Fui escolhido para trabalhar e resolver os problemas que são de responsabilidade do poder público. Tenho certeza que o nosso grupo tem feito um importante trabalho, oferecendo ao nosso povo um governo honesto, trabalhador e realizador. O futuro político e eleitoral é de responsabilidade do povo, cabe a ele as escolhas. Nosso grupo tem gente que cuida de gente e com responsabilidade com o bem público. É o que tenho a dizer, e sou profundamente grato ao povo pela confiança, ao longo de 22 anos”, concluiu.