Governo mostra maturidade na repercussão de ação com 12 mortos na Fazenda Coutos

A operação da Polícia Militar da última terça-feira (4), quando 12 suspeitos de integrar facções criminosas morreram em confronto com agentes de segurança na Fazenda Coutos, tem diversos elementos para comparação com o episódio da Vila Moisés, no Cabula, onde outros 12 suspeitos morreram em confronto com policiais. Todavia, o espaço de 10 anos entre os dois “atos” mostra que houve uma maturidade do governo para gerir a potencial crise desenhada com movimentos de direitos humanos e mesmo com o sistema de Justiça.
Para começar, não houve uma declaração desastrada e esdrúxula como “um artilheiro na frente do gol”, feita pelo recém-empossado governador Rui Costa à época. Jerônimo Rodrigues digeriu por 24h e, ao falar publicamente sobre o tema, optou por ponderar a eventual apuração de excessos por parte dos policiais. Não colocou em dúvida a legitimidade da ação, mas também não coadunou integralmente com virtuais “exageros” que tenham sido cometidos por agentes do estado.
Outro episódio que reforça a maturidade do grupo político que está no governo baiano há 18 anos é a integração, desde o início, com órgãos do sistema de Justiça, como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública, instâncias que poderiam questionar a conduta dos policiais. O governo se antecipa e evita o desgaste de caminhos diferentes no âmbito da própria investigação — o que não quer dizer que o devido processo legal não será cumprido. Cada instância deverá executar o papel que lhe cabe constitucionalmente, entretanto, sem a ação atabalhoada de nenhum dos envolvidos (é a torcida).