JN: Ciro Gomes garante implantar renda mínima de mil reais para os mais pobres


 O segundo entrevistado das sabatinas do Jornal nacional, da TV Globo, com os presidenciáveis, é Ciro Gomes (PDT). Nesta terça-feira (23), o candidato ao Palácio do Planalto exemplificou como pretende garantir renda mínima de R$ 1.000 para a população mais pobre do Brasil. Ele ainda disse que tem a intenção de mudar o modelo de governança política, pedindo às pessoas para pensar o Brasil com ele. 

 

No decorrer da entrevista, Ciro ainda falou sobre unir o país, corrupção, confrontar comandantes brasileiros, economia, plebiscitos, política e proposta para quitação de dívidas. 

 

Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a ser entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos, na segunda-feira (22). Nesta terça-feira (23), foi a vez de Ciro Gomes (PDT). Na quinta-feira (25), os apresentadores irão sabatinar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e, na sexta-feira (26), Simone Tebet (MDB).  As entrevistas têm duração de 40 minutos.

 

UNIR O BRASIL

“Eu pretendo unir o Brasil ao redor de um projeto. Esse projeto tem um diagnóstico: o Brasil vive hoje a mais grave crise, se nos atentarmos aos números de desemprego e fome. 33 milhões de pessoas estão com fome e 120 milhões não fizeram as três refeições hoje. Há pessoas e grupos políticos responsáveis por essa tragédia. A maior ameaça à democracia é o fracasso dela na vida do povo, mas eu vou me esforçar para unir o Brasil, reconciliar o Brasil, o que não me parece haver contradição”.

 

CORRUPÇÃO 

“A corrupção é praticada por pessoas. O desastre econômico, o privilégio que faz com que o Brasil tenha cinco pessoas acumulando a renda de 100 milhões de nacionais, brasileiros mais pobres e de classe média, é responsabilidade de pessoas e de grupos. Elas devem ser apontadas, indicadas e responsabilizadas, mas não olhando para trás. É olhando para frente, porque a ciência da insanidade é você repetir as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. Eu estou tentando mostrar ao povo brasileiro essa polarização odienta, que eu não ajudei a construir. Pelo contrário. Eu estava lá em 2018, tentando advertir as pessoas de que elas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT. E agora está se tentando repetir uma espécie de 2018, portanto a gente tem que denunciar isso, compreendendo, respeitando. Mas nós temos que ser duros. A corrupção é um flagelo no Brasil”.

 

CONFRONTAR COMANDANTES DO PAÍS 

“Eu devo sempre reavaliar. Faço esse esforço de humildade permanentemente. Minha tarefa é reconciliar o Brasil. O Brasil tem hoje pessoas que estão passando fome numa conta de metade da população e eu tenho um programa. O programa de renda mínima com status constitucional, que vai entrar como uma ferramenta da previdência social, para nos proteger das manipulações de véspera da eleição. E, para viabilizar isso, eu tenho que confrontar aqueles que mandaram no Brasil durante esses anos todos. Às vezes, eu, sim, venho de uma tradição do Nordeste e a nossa cultura política é palavrosa, digamos assim. E às vezes as pessoas no Sul e no Sudeste, as pessoas não entendem bem e não me custa nada rever certos temas, especialmente na proporção em que meu sonho é reconciliar o Brasil”.

 


ECONOMIA
“O que eu estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Vou pegar o BPC, a aposentadoria rural, o seguro-desemprego e todos os programas de transferência – especialmente o novo Bolsa Família, que é o Auxílio Brasil – e transformar num direito previdenciário constitucional. Ou seja: ninguém mais vai depender de político A, político B, eleição A, eleição B, ameaças e tentativas de manipular o sofrimento mais humilhado do nosso povo, das mães de família que estão vendo seus filhos dormir com fome hoje. Isso me dói o tempo todo. Essa consolidação dá R$ 297 bilhões”.

 

“[Essa conta] Fecha porque, para fechar os R$ 297 bilhões, dos recursos que já existem, eu vou agregar um tributo sobre grandes fortunas apenas e tão somente sobre os patrimônios superiores a R$ 20 milhões. Apenas 58 mil brasileiros têm esse patrimônio. Cada super-rico do Brasil vai ajudar a financiar com 50 centavos apenas a cada 100 reais de sua fortuna a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha de pobreza”.

 

Foto: Reprodução/Print 

POLÍTICA
“Eu pretendo mudar o modelo econômico, que é uma tarefa profundamente complexa e difícil, e pretendo mudar também o modelo de governança política, pedindo às pessoas para pensarem junto comigo. O Brasil se redemocratizou em 1989. Collor governou com esse modelo e foi cassado. Fernando Henrique e o PSDB nunca mais ganharam uma eleição nacional governando com esse modelo. Lula foi parar na cadeia governando com esse modelo”.

 

“É o que se convencionou chamar de presidencialismo de coalização, na expressão elegante de Fernando Henrique, ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao Centrão. A gente precisa chegar à conclusão de que esse modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula na cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, Fernando Henrique nunca mais disputou nacional e Bolsonaro desmoralizado agora. Qual é a minha proposta? Transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático. Vou tentar forçar a mão em todas as ocasiões que eu tiver oportunidade para que a gente discuta ideias. Isso diminui muito a distância entre um presidente que quer governar o país, que eu quero, e um Congresso que tende a ser reativo, naturalmente”.

 

“Primeiro, propor as ideias e não o ‘deixa que eu chuto’, que tem sido a característica do populismo de direita e de esquerda. Propor nos seis primeiros meses, que é uma hora mágica. Se Fernando Henrique propõe na sequência do Real: ‘está aqui as reformas sem as quais o Real não vai sobreviver’, tinha passado tudo. Não propuseram nada. Lula não propôs nada. Perderam a hora mágica. Terceiro: negociar. Quem quer que o povo eleja”.

 

“Resumindo: propor a ideia, propor nos seis primeiros meses e ampliar a negociação com governadores e prefeitos. Estabelecer um pacto novo, libertando a falência dos estados e municípios. São R$ 600 bilhões de dívida que estão levando 15% das receitas dos estados e municípios para Brasília. Eu reestruturo essa dívida, reforço os caminhos de investimento dos estados e municípios e os governadores e prefeitos vêm para a mediação. Acabou. Persistiu o impasse nesse ou naquele ponto, chama o povo para votar diretamente através de plebiscito”.

 

ISOLAMENTO
“A gente tem que entender que eu represento uma espécie de movimento abolicionista num sistema escravista. Você não vai esperar que um escravista ajude um abolicionista”.



PLEBISCITOS
“É olhar mais para Europa e para os Estados Unidos do que para a Venezuela. Eu acho o regime da Venezuela abominável. É muito clara a minha distinção com esse populismo sul-americano que, infelizmente, o PT replica aqui. Ortega na Nicarágua… Eu acho tudo isso trágico. [O plebiscito que eu proponho] é um modelo, uma tentativa de libertar o Brasil de uma crise que corrompeu organicamente a presidência da República, transformou em uma espécie de esconderijo do pacto de corrupção e fisiologia do Brasil. Chegamos ao limite da emenda do relator. A corrupção no Brasil está se institucionalizando tal é o despudor com que se manipula o dinheiro público no Brasil hoje”.

 

REELEIÇÃO
“O que destruiu a governança política brasileira foi a reeleição. O presidente se coloca com medo dos conflitos porque quer agradar todo mundo para fazer a reeleição. O presidente se vende para esses grupos picaretas da política brasileira, grupos poucos escrúpulos republicanos, porque tem medo de CPI e querem se reeleger. Eu tenho outra relação com a questão moral. Eu me garanto. Não sou corrupto. Eu resolvi fazer uma vida republicana. Não tenho medo de CPI. Muito pelo contrário: num governo como o meu, a CPI vai me ajudar. Porque, se eu não roubo, não vou deixar ninguém roubar. Quem denunciar corrupção no meu governo, estará cooperando comigo. E eu, abrindo mão da reeleição, vou cuidar só de fazer a reforma que o país precisa. Essa é a minha história. Fui governador do Ceará, o mais popular governador do Brasil, e nunca mais voltei”.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Das cinco propostas que eu trouxe hoje, eu não falei ainda de uma inédita: a lei antiganância, que quero colocar em vigor no Brasil. Eu a conheci na Inglaterra e funciona assim: todo mundo do crédito pessoal, do cartão de crédito, do cheque especial etc, ao pagar duas vezes a divida que tem, fica quitado por lei. Isso é uma polêmica e eu estou apresentando em homenagem a William Bonner e a Renata, em primeira mão. E agradeço ao Jornal Nacional por me dar essa oportunidade”.

 

“A você, meu irmão, eu peço só uma oportunidade. A partir de sábado, vai estar no ar a CiroTV ponto com ponto br. Me ajude, me dê uma oportunidade de mudar o Brasil, é o que eu lhe peço. A ciência de errar é repetir as mesmas coisas do passado e imaginar que vai ter resultado diferente. Não vai! Ajude-me a livrar o Brasil dessa bola de chumbo do passado. Vamos nos esperançar de novo. Você que vota no Bolsonaro que não quer o Lula de volta, me dá uma chance. Você que vota no Lula, porque não quer mais o Bolsonaro, tem um país para governar, me dê uma oportunidade. E vocês indecisos, sabe quantos são vocês? Mais da metade da população. Está nas mãos de vocês mudar o Brasil”.


Via Bahia Notícias

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