O CRISTAL, UM JORNAL E UMA HISTÓRIA DE VIDA!
http://www.ocristal.com.br/2018/02/o-cristal-um-jornal-e-uma-historia-de_51.html
Por Zé Renato Mascarenhas*
*José Renato Oliveira
Mascarenhas, Eng. Agrº, formado pela UFBA, especialista em Agricultura Tropical
– UFRPB, Mestre em Economia Rural – UFBA, Doutorando em Ciências Agrárias –
UFRB, professor do Instituto Federal Baiano e Diretor Geral do campus Alagoinhas.
E com muito orgulho trabalhei em Ipupiara de 1985 a 1987 na EMATER-BA.
Três jovens com muitas ideias e cheios
de sonhos, reúnem-se e decidem criar um jornal visando informar a população de
Ipupiara, uma pequena cidade do alto sertão da Bahia, matérias em diversas
áreas, aonde naquela época as notícias que chegavam eram através da rádio
nacional de Brasília e pelos canais de televisão retransmitidos por antena
parabólica dos estados do sudeste do país. Isto ocorreu em meados de 1986,
passados 32 anos, voltamos a nos encontrar no dia 07/01/18, pense numa emoção,
num momento mágico e de muitas alegrias.
Foto do Autor – 07/01/18
Ascir, Eu e Neurim com um exemplar do Jornal o
Cristal de dezembro de 1986.
Imaginem que naquela época não
existiam os recursos tecnológicos que hoje fazemos usos. Tivemos que
providenciar uma máquina de escrever, um mimeógrafo a álcool (vão ao Google para
os que têm menos de 30 anos), e muita criatividade para produzir semanalmente o
informativo Ipupiarense. A primeira coisa que sentamos para discutir foi
o nome para o jornal, conversa vai e conversa vem, surgiu a sugestão de “O
CRISTAL”, que segundo Ascir foi minha a ideia, mas acho que foi nossa.
Mimeógrafo (do grego mimeo: imitar, copiar + grafia: escrita) é um
instrumento utilizado para fazer cópias de papel escrito em grande escala e
utiliza na reprodução um tipo de papel chamado estêncil. Foi um dos primeiros
sistemas de cópias em série utilizados no ensino. Consulta feita no Wikipédia.
O mimeógrafo é uma máquina que requer, para além da mão-de-obra, materiais para
a geração de cópias a partir de uma matriz, como por exemplo: impressora matricial,
papel sulfite ou de outro tipo, mesa de apoio, estêncil, scanner do texto e
molha dedo.
Mimeógrafo à álcool - Foto do Google
A máquina de escrever, também chamada de máquina
datilográfica ou máquina de datilografia é um instrumento
mecânico, electromecânico ou eletrônico ou também conhecida como máquina de escrever manual, elétrica ou
eletrônica que tem por função imprimir no papel
caracteres para a composição da escrita. O método pelo qual uma máquina de
escrever deixa a impressão no papel varia de acordo com o tipo de máquina,
porém a escrita é feita através do impacto do caractere em uma fita de tinta
que é impressa no papel, seria algo como um carimbo da letra que após acionada
gerará um impacto sobre a tinta permitindo que o caractere seja impresso no
papel.
O profissional especialista em
digitar textos na máquina de escrever é chamado de datilógrafo e o técnico
responsável pelo conserto e manutanção deste equipamento é o maquinógrafo.
No século XX após a invenção
do computar e da impressora a máquina de escrever foi perdendo espaço para esta
nova forma de digitar e imprimir documentos. Consulta feita no Google.
Máquina de escrever – Foto do Google
Criado o jornal, nome definido, os
equipamentos adquiridos (máquina de escrever, mimeógrafo, papel estêncil, papel
ofício, álcool e muitas ideias na cabeça), partimos para a fase mais difícil, a
edição. Vale aqui salientar as dificuldades financeiras, saímos em busca de
patrocínios pelo comércio da cidade, e não podemos deixar de lembrar do nosso
amigo Sinhozão ( Tive o prazer de conviver com Sinhozão, um homem do bem).
Estou lendo o livro de Arides Leite
sobre a história de Ipupiara, que foi me oferecido por Ascir, pense numa
leitura fascinante, estou viajando no tempo, parabéns Arides, pela qualidade
das informações e dos textos. Observei que em 2017 foi o centenário do
nascimento de Arlindo Alves de Almeida (Sinhozão), nascido em 04 de maio de
1917. Sinhozão, comovido com os nossos apelos, de imediato deu apoio as
nossas ideias e doou o mimeógrafo. Fui informado que esse mimeógrafo
ainda está funcionando.
Tudo pronto, patrocínios de algumas
casas comercias, colaboradores já acertados, agora era editar e rodar o
primeiro número de O CRISTAL. Foi um sucesso total, esgotou em poucas
horas a primeira edição, tivemos que rodar mais exemplares para atender a todos
os pedidos. Pronto, Ipupiara nunca mais foi à mesma após a circulação do
“jornalzinho”. Geraram polêmicas, discussões, críticas, ameaças, elogios e até
mesmo homenagens.
Hoje, passados exatos 32 anos da sua
fundação, ficamos gratificados, pois O CRISTAL, ainda sobrevive em forma de um
blog.
Aproveito para agradecer a forma
carinhosa que eu e minha família fomos recepcionados pelos amigos de Ipupiara,
amizades verdadeiras, sinceras. Isto reforça o conceito de cidade hospitaleira.
Gostaria de relatar o meu encanto pelo
desenvolvimento e crescimento da cidade. A cidade está bonita, reestruturada,
com um comércio pujante, prédios bem arquitetados, praças e jardins, hospital,
clínicas, escolas, agências bancárias, restaurantes, hotéis, fábricas, farmácias,
supermercados. O que não mudou mesmo foi o seu povo. Povo hospitaleiro tem o
prazer em receber bem as pessoas, lugar bom de fazer boas amizades.
Quando fui designado para trabalhar no
escritório da Emater-Ba (Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão
Rural) no município de Ipupiara, que ficava a 540 km de Cruz das Almas minha
cidade natal, era um jovem de 23 anos, recém-formado em Engenharia Agronômica,
foi realmente um grande desafio em minha vida. Não tinha a mínima ideia onde
ficava e nem como era a cidade. Cheguei a Ipupiara com o intuito de passar o
máximo de informações aos produtores rurais, visando sua melhoria na qualidade
de vida, aumentando suas receitas e principalmente diversificando suas
alternativas de cultivos e criações.
Parece-me, que após tanto tempo uma
semente foi plantada literalmente lá atrás, pois, até uma variedade de feijão,
que fiz distribuição para os produtores, ainda hoje é cultivada, e o que é mais
interessante, colocaram o meu nome, FEIJÃO ZÉ RENATO.
Um fato me deixou muito gratificado,
foi o anuncio que será apreciado pela câmara municipal um titulo de cidadão
Ipupiarense. Nossa que orgulho!
O CRISTAL, já faz parte da história
cidade e em breve será criado um memorial, onde serão resgatados os
equipamentos, exemplares, relatos e fatos do importante informativo.
Um abraço a todos!
Jose Renato Mascarenhas
Parabéns José Renato pela iniciativa de criação do jornal 'O CRISTAL', ideias assim que dissemina a historia, cultura e tradições do nosso povo ipupiarense. Estamos honrado com seu retorno a nossa cidade e contar um pouca da historio de nosso povo e deste importante instrumento de comunicação para o nosso município. Parabéns e Deus abençoa você e sua família!
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