Senado rejeita redução da maioridade de 18 para 16 anos
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Sob aplausos de manifestantes, a Comissão de Constituição e Justiça do
Senado rejeitou, na tarde desta quarta-feira (19), proposta que permite a
redução, em determinadas circunstâncias, da maioridade penal para 16
anos. Por 11 votos a oito, os senadores recusaram a proposta do líder do
PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP). O texto do tucano previa a
redução da maioridade penal para 16 anos nos casos em que o menor de
idade tivesse cometido crimes hediondos, tráfico de drogas com uso de
violência ou reincidência em crimes violentos. A proposta foi colocada
em pauta pelo presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que
tem estado insatisfeito com a presidente Dilma Rousseff por ter sido
preterido na reforma ministerial. O Palácio do Planalto é contra
qualquer mudança na maioridade penal, mesmo ciente do risco eleitoral
para Dilma. Pesquisas têm indicado uma maioria da população favorável à
mudança. O debate na CCJ foi acalorado. Logo no início da sua exposição,
o líder tucano foi chamado de "fascista" por um manifestante, Gustavo
Belisário, que foi retirado da sala pela segurança da Casa. "É uma
medida absolutamente cautelosa que se justifica diante da gravidade que
os crimes bárbaros cometidos por menores de 18 anos e maiores de 16
precisam ser enfrentados", defendeu Aloysio Nunes Ferreira, que vai
apresentar um recurso para que a proposta, mesmo rejeitada, seja votada
pelo plenário da Casa. Coube à bancada do PT liderar a derrubada da
proposta. A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a
petista Ana Rita (ES), disse que a diminuição da idade para 16 anos na
punição de menores infratores não resolveria o problema da violência
urbana. "Colocar todos esses jovens numa cadeia é agravar ainda mais um
sistema caótico, falido", criticou. A maioria da bancada do PMDB seguiu a
orientação do líder Eunício Oliveira (CE) de votar a favor da proposta.
"(É preciso) dar a oportunidade para que aqueles que cometam crimes
hediondos seguidos tenham uma punição diferenciada daqueles que roubaram
um pacote de biscoito", defendeu o líder. Mas o apoio recebido pelo PT
de outros partidos da base – alguns parlamentares rejeitaram a
orientação partidária – foi decisivo para a vitória do governo. O
senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência, deixou a
CCJ antes da votação e, durante o debate, não se manifestou sobre a
proposta.
fonte: Agencia Estado
fonte: Agencia Estado